Paleolítico
Designamos por “Paleolítico”, o período mais remoto da história do Homem, quando este fazia instrumentos em pedra lascada, com os quais supria as suas necessidade básicas de sobrevivência.
As primeiras evidências da presença humana na região do litoral do Minho datam de há cerca de 250.000 anos (Pleistocénico Médio final), altura em que o continente europeu assistia ao surgimento do Homem de Neandertal.
Os instrumentos paleolíticos foram recolhidos na faixa litoral minhota, no âmbito de um projeto de investigação arqueológica realizado sobretudo na década de 1980. Este projeto teve como objetivo estudar a evolução dos depósitos geológicos quaternários nessa zona e relacioná-los com as diversas técnicas de talhe de instrumentos líticos.
Na produção desses objetos pré-históricos foram exclusivamente utilizados seixos de quartzito, matéria-prima local abundante, mesmo à superfície.
Algumas das peças mais antigas, com destaque para os artefactos de maiores dimensões, foram talhadas nas duas faces, caraterística que fundamentou a proposta da sua integração nas indústrias pré-históricas de tipo Acheulense. Posteriormente, a partir de, aproximadamente, 128.000 anos, assistiu-se à crescente utilização do talhe unifacial, originalidade que marcou a subsequente evolução local dos sistemas de produção de materiais líticos pré-históricos.
A evolução operada nas técnicas de talhe realça a extraordinária capacidade de adaptação do Homem pré-histórico ao meio, nomeadamente na aplicação de procedimentos técnicos que, embora caraterizados pela sua progressiva simplificação, procuram rentabilizar ao máximo as caraterísticas morfológicas e mecânicas da matéria-prima disponível.