Idade Média
Os séculos V, VI e VII corresponderam ao domínio suevo-visigótico e constituem um importante contributo, para a compreensão do nascimento dos reinos cristãos alto-medievais, no Noroeste Peninsular. A afirmação do reino suevo e a ação organizadora da Igreja foram fundamentais na evolução socio-cultural desta região, nesse mesmo período.
Nesse contexto, S. Martinho, bispo de Dume e Braga (569-580) é hoje considerado como principal agente, no Noroeste Peninsular, da difusão do cristianismo e da reorganização da Igreja.
Os testemunhos de interesse arqueológico e patrimonial existentes em Santa Marta das Cortiças, Dume e S. Frutuoso, ilustram a importância deste período histórico, nesta região.
Da Baixa Idade Média merece destaque o conjunto de recipientes cerâmicos medievais, datados dos séculos XIII-XIV encontrados nos níveis de destruição de uma casa junto à Sé Catedral de Braga, na Rua de Nossa Senhora do Leite. Foram encontradas formas utilizadas na mesa (jarros) e na cozinha (potes, panelas, púcaros, baldes e alguidares). Estas cerâmicas têm como características as paredes muito finas e as decorações de caneluras e de cordões aplicados, sendo também muito típicas as perfurações que podiam ter uma dupla função, técnica e decorativa.
Os jarros são referidos na documentação da época (Inquérito de Afonso IV aos direitos do Bispo e Cabido da Sé, de 1339) como “Pichees” de Braga, o que vem comprovar não só o seu local de produção em Braga, como também a sua distribuição para outras localidades como Porto e Guimarães, onde apareceram em escavações arqueológicas recentes.