Rede Viária romana:
A grande maioria dos Miliários romanos da Exposição Permanente do Museu, provenientes de várias vias em redor de Braga, constituem as primeiras peças a ser salvaguardadas pelo arcebispo D. Diogo de Sousa e ‘expostas’ em volta da Capela de Sant’Ana, já desaparecida, que se localizava na área da atual Avenida Central.
A densa e bem articulada rede de estradas e caminhos que cruzavam o território administrativo de Bracara Augusta ajuda-nos a compreender a eficácia da organização desta região, desde o início da romanização.
Num documento do século III, conhecido como ‘Itinerário de Antonino’, estão referenciadas as vias estatais que ligavam Bracara Augusta às mais importantes cidades do Império romano. Através destas vias terrestres a cidade ligava-se a portos fluviais e marítimos, articulando-se com a via atlântica, importante eixo de circulação que ligava o Mediterrâneo com a Britannia.
É de salientar o número elevado de miliários encontrados no território do Conventus bracaraugustano, sem precedentes no mundo romano.
Este facto poderá justificar-se por razões ideológicas e de propaganda, quer imperiais, quer por parte das populações locais que, assim procuravam demonstrar a sua integração na cultura romana.